Se você tivesse que assumir uma unidade da federação que tem: R$ 47,3 bilhões de Receita Corrente Líquida RCL (capacidade de geração de recursos); Despesas de Pessoal de 30,7% dessa mesma RCL (ou seja, bem abaixo dos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, LRF), mas, uma dívida atuarial de Pessoal equivalente a quase uma RCL; uma Dívida Consolidada equivalente a 92% dessa RCL e uma Dívida Liquida de 79% dessa mesma RCL; e, por fim, um total de quase R$ 100 bilhões a receber de impostos e dívidas atrasadas (Dívida Ativa de seus contribuintes)… Você aceitaria ou não a encrenca?

Do lado mais tangível, esta Unidade da Federação possui demanda reprimida de atendimento de serviços públicos na casa de milhões por ano: seja na saúde, na oferta de vagas em creche, na educação, no transporte público de massa, na área de habitação de baixa renda…E por aí vai…

Você acha que, se esse perfil econômico financeiro, em termos relativos, fosse de uma Pessoa Física ou de uma Empresa Privada, e você fosse a um banco pedir a aprovação de um Cheque Especial (ou a ampliação de seu limite atual), o seu terminal, digo, o seu Gerente de Conta, aprovaria ou diminuiria o seu limite atual?

Se você fosse o Gerente, você daria o crédito?

Será que adianta dizer que Você é dono do terceiro Orçamento Fiscal do país? Ou que gera mais de ¼ da renda e da produção nacionais? Que emprega (e desemprega) o maior contingente de trabalhadores do país? Para não falar das exportações…das importações…das inovações…e…

Emprestar para quem deve quase um faturamento anual? Não consegue cobrar mais de DOIS faturamentos dos seus próprios clientes? Porque presta um péssimo serviço público?

Esse negócio de “risco”, pelo Manual de Normas e Instruções do Banco Central, daqui, da Basiléia ou de qualquer lugar no mundo, é uma lenda urbana…é improbidade ou gestão temerária…é coisa para advogado ganhar dinheiro…e não funciona nem na literatura pré victoriana…nem os liberais acreditam…a não ser que sejam os liberais brasileiros, com o dinheiro da TLP, do BNDES…

Mas, o que fazer? Será que você pode querer resolver velhos problemas com velhas soluções?

Sabe o que você tem de mais interessante?

Seus problemas! Ou melhor, a ESCALA de seus problemas!

O que você precisa montar é um ALGORITMO onde as próprias variáveis ajudem a equacionar as soluções: ou você acha que vai poder receber R$ 100 bilhões antes de 100 anos? Até porque há quem não provisionou adequadamente o débito: assim, se Você perdoar a dívida, por exemplo, (nos caso dos bancos e grandes empresas que lhe devem), alguns deles passam a ter lucros, pelo perdão da dívida corrigida, maiores que o patrimônio e o capital e vão ter que distribuir lucros para seus acionistas ou enviar lucros ao exterior, taxados (ambos) a quase 30%!

Você tem dívidas atuariais com Pessoal Ativo e Inativo, mas possui mais de 40 mil imóveis! De terrenões para shoppings e gaiolas de 06 suítes, a vilas de casinhas…e quase 40% dos funcionários (seus e dos entes federados do Estado e da União que moram na sua cidade, afora os seus próprios demandantes de habitação popular), que querem fazer um crédito consignado imobiliário com desconto em folha de Pagamento.

E, acima de tudo, você uma BAITA ESCALA de problemas: não tem serviços de saúde, mas tem gente à beça, querendo pelo menos 3,5 milhões de novos atendimentos ao ano; quase 8 milhões de pessoas que fazem ao menos quatro viagens ao dia, no seu modal de transporte de massa (sem contar, pois, Metrô e Trens Urbanos, que são de outro ente federado); ou seja, você só de Bilhetagem, gera mais dados de informações de IR e VIR na sua cidade, de importância estratégica para quaisquer banco, comércio e prestação de serviços, que só quem pode processar em BIG DATA sabe dizer do valor negocial desse patrimônio intangível; quase 600 mil pontos de luz que formam uma rede que cobre uma cidade que tem quase 10 vezes mais área que Paris (que tem só (sic) 120 mil pontos), que formam uma REDE DE DADOS que é o sonho de consumo de qualquer grande empresa nas páreas de CFTV, Rede de TV a cabo, INTERNET, transmissão de dados-voz-imagens…e dai por diante…

Tudo isso – ou cada um desses segmentos – onde se multiplicam pequenos valores unitários por uma ESCALA de milhares ou milhões de demandas monetárias, geram um VALOR FUTURO do que se chama de DIREITOS EMERGENTES DE CONCESSÕES (DEC) de bilhões de reais, em 20 ou 30 anos de concessão.

Meça a demanda por atendimentos de saúde por 30 anos (com a configuração etária de agora, onde prevalecem as doenças de terceira idade): ao valor de R$ 50,00 reais mês, para 3,5 milhões de atendimento, durante 360 meses, ira gerar R$ 6,3 bilhões de Direitos Emergentes de Concessão (DEC).

Se você sucumbir à miopia do CAPEX, vai conseguir torrar essa grana toda e nem vai perceber.

Contratos de Concessão (ou Concessão sob o instituto das PPP), não são contratos de CAPEX: são CONTRATOS DE OPEX!
Faça parte do atendimento direto, mas, também, CREDENCIE a extensa e pulverizada REDE de Consultórios, Clínicas, Pequenas Unidades de Saúde PRIVADAS – e, também, a REDE DE PLANOS DE SAUDE que lhe devem dinheiro por usar o SUS sem pagar, o tal do ALGORITMO, e irá MULTIPLICAR os seus R$ 6,3 bilhões.

Seja, na Saúde, uma espécie de NIKE, de AIRBNB ou UBER: faça o credenciamento, a gestão, a manutenção da operação, usando a larga experiência do seu pessoal da saúde em GESTÃO DA SAÚDE. Assim, ao invés de MONTAR CAPEX, USE O CAPEX da rede privada.

Na meca da PPP e Concessões (como em Londres), o CAPEX (em obras e, principalmente em equipamentos) é da rede de prestadores privados da saúde.

Quem COMPRA esses DEC: lance os contratos no Mercado de Futuros e faça que o pessoal da Dívida Ativa que comprar os contratos, liquida AO PAR suas Dívida Ativa junto ao Tesouro Municipal.

Na concessão da Iluminação Pública e na Licitação dos Ônibus e da Limpeza e Varrição – onde há bilhões envolvidos – cobre as OUTORGAS DIRETAS e INDIRETAS, contra a quitação de suas dívidas junto ao Tesouro Federal: os outorgantes compram LETRAS DO TESOURO NACIONAL, e quitam à sua ordem, parcelas de sua Dívida na LRF!

Permita o mesmo aos contribuintes (bancos e grandes empresas nacionais e estrangeiras devedoras de ISS, IPTU e ITBI), e – com os limites abertos em suas relações de Dívida Consolidada e Dívida Líquida, nos limites da LRF, determine por Lei Complementar Estadual, que os recursos tomados irão ser aplicados na infraestrutura de mobilidade urbana, creches e vagas do ensino municipal.

Ouse! Avance!

Pergunte sempre: quanto me pagam para gerir minhas demandas reprimidas? E não ao contrário!!!

Velhos problemas não serão resolvidos com velhas soluções: a escolha é entre consertar o passado (sic) ou construir o futuro.