“Dar nome aos bois” nunca foi tão premente e necessário no Brasil de hoje!

Creio que o primeiro grande passo que se dá ao tentar superar um problema é definir com todas as letras o que ele afinal significa: boa parte das dependências químicas, por exemplo, só são realmente enfrentadas quando todos os que são por elas afetadas – do dependente ao seu entorno mediato e imediato — reconhecem que há uma DOENÇA que precisa ser tratada como tal para ser efetivamente superada.

“Dourar a pílula”, utilizar hipérboles ou encontrar palavras mais amenas para abordar a questão “tomando a sopa pelas bordas”, por certo só servirá (se tanto) para esfriar a sopa…e aí, ninguém vai aguentar tomar sopa gelada…nem “de aviãozinho” …

Ninguém discute a capacidade reconhecida mundialmente de um país que vacina 80 milhões de pessoas por ano contra a gripe em 06 semanas, em fazer um esforçozinho a mais e aplicar duas ou três vezes mais doses de qualquer outro imunizante em até 04 a 06 meses: desde que haja o tal do imunizante (ou as tais vacinas).

Para não ofender (sic) ou dividir (sic) um país cuja população chegou a um estúpido grau de susceptibilidade ideológica, não se pode definir um necessário LOCKDOWN ou PARADA OBRIGATÓRIA e se recorre a absurdos semânticos como “super feriado, “feriadão”, restrição crítica” e quantas tantas outras estultices que induzem—ou melhor – OBRIGAM – aquele que é o caudatário de nossas preocupações a fazer EXATAMENTE O OPOSTO do que é esperado dele nesse momento onde se atinge os 300 mil mortos pela expansão acelerada o vírus da COVID 19.

Será que é impossível fazer política sem mentir?

Quando disse aos britânicos que não poderiam esperar do momento que viviam somente sacrifícios (sangue, suor e lágrimas), um certo primeiro-ministro inglês começou a ganhar a guerra onde não detinha a prevalência das armas e o mesmo poderio militar de seu pior algoz!

Credibilidade não se consegue com meias palavras: não enfrentar problemas significa deixar que eles assumam dimensões que os fazem engolir os seus formuladores de suas possíveis soluções.

Quando esse fantasma ainda estava do outro lado do mundo e pouco se sabia ou se falava dele aqui no país, tive a oportunidade de assistir um WEBINAR onde o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares – Professor José Vicente – chegou (sic) virtualmente atrasado, por um desses recorrentes problemas de transmissão de imagem, voz e dados.

Já se havia falado de muitas sugestões: principalmente as de cunho econômico. Aquelas que o tal “mercado” adora ouvir, tais como gerar o funding para criar os meios de se fazer uma omelete para custear os esforços da guerra contra o vírus SEM QUEBRAR NENHUM DOS OVOS QUE SERIAM NECESSÁRIOS!!!

Deviam ser ovos de Farbergé, sem dúvida…

Pois o Professor José Vicente, com a sabedoria de quem conhece e vive no meio que por certo sempre seria o mais atingido por quaisquer efeitos de restrição econômica e social emergisse da situação que já se vislumbrava – lembrou aos seus colegas de ZOOM e a nós que estávamos do outro lado da telinha que…” quem sai para se amontoar nos meios de transportes público e para se aglomerar nas ruas (e não em casa onde sequer existe espaço para isso)…sai porque precisa “livrar algum”…porque em casa seus dependentes passam FOME…precisam comer…”

E sugeria que se fizesse um “esforço de guerra” para dar cestas básicas: isso mesmo! Antes mesmo do Auxílio Emergencial que já se discutia…

Os países do além-mar, até pensavam em emitir moeda primária se fosse o caso, expandir gastos fiscais, lançar dívida pública, tributar os super-ricos…o que fosse porque a coisa mostrava em sua então sua já remota “primeira onda” que seria mais cruel do que em princípio se imaginava…

Depois de muito discutir, surgiu um Auxílio que foi de R$ 200 a R$ 600 reais que depois de repetiu a valores menores até chegar ao formato atual onde (deve ir) de R$ 175 a no máximo R$ 375 per capita.

Não tivemos a sorte de ter um “cover” do primeiro-ministro inglês, um senhor da única guerra que importava realmente, pois atingiria a todos de forma igual com o colapso que os que enfrentavam a guerra que importava antecipavam.: o país se dividiu ainda mais; e hoje, mais de 365 dias depois, achamos que temos tempo de recomeçar.

Por que não chamar os vários professores José Vicente que temos: 60 milhões de cestas básicas (com comida e artigos de higiene) a R$ 220 cada significam R$ 13,2 bilhões ao mês: ou R$ 52,8 bilhões em 04 (quatro) meses. É um pouco mais do que o valor das emendas dos deputados em plena crise fiscal e sanitária!

Significa uma injeção na estrutura local, regional de fazer e distribuir as cestas básica.

Mais ainda: significa não precisar sair (somando ao tal auxílio desidratado que se irá prover).

Quem paga?

Não precisa criar impostos: esse valor pode ser rateado ou dividido pelos super ricos ou pelas empresas que estão no Cadastro da Dívida Ativa de todos os três níveis de governo. Os eternos participantes dos REFIS; quem pagar as cestas pode abater i valor ao PAR dos impostos a pagar este ano (pessoas físicas e jurídicas).

Como um EMPRE´STIMO RESTÍTUÍVEL, cuja contrapartida é o pagamento de impostos vencidos ou a vencer (por 05 anos) ou a liquidação dessa eternas e misteriosas Dívidas (que OU nunca se pagam OU nunca são passíveis de recebimento OU…simplesmente INEXISTEM ou EXISTEM apenas para contrapartidas de criatividade contábil e fiscal…)

Os bacanas e os políticos não querem falar de lockdown (apenas de feriados e que tais)?

A SCANIA, a MERCEDES, a VOLKS, a NISSAN, a TOYOTA e outras empresas que são “ponta de clusters” na economia nacional, já estão aderindo ao racional já que nada há de racional que saia dos palácios de governo.

É preciso dar comida a quem tem fome! Como tão bem se propôs no início da pandemia: essa “quase moeda”, é mais importante hoje para segurar o pessoal em casa sem matá-los de FOME. E tantas outras “moedas” que tenham curso forçado no meio da população que mais precisa delas.

Até que tenhamos as benditas e benvindas vacinas!