O início dos governos lembra muito os primeiros momentos de um recém-nascido!

Após a explosão da bolsa onde nadava e se movimentava a bel-prazer e à sua vontade, primeiro lhe catapultam da sua longa espera, que tem um quê de expectativa eleitoral: será menina ou menino; terá a cara do pai ou da mãe; vai ser dorminhoco ou marrento; e a cor dos olhos, afinal?!?!

Como se não bastasse, lhe dão uns tapas nos glúteos e o machucam com beliscões, aos quais não pode reagir eis que está embalsamado entre panos e fraldas .

O pior de tudo: não vê quem faz o quê, pois só irá enxergar após uns 100 dias quando terá seu Plano de Governo, digo seu horizonte visual, mais nítido.

A partir daí, agora (sic) que já está tomando contato com a realidade, ouvindo e vendo melhor há que se decidir sobre as prioridades, ou sobre o que fazer primeiro.

Já viu que a herança genética que recebeu se resume a cinco cruéis palavras: “não tem dinheiro para nada”.

E ainda tem que pagar a herança recebida e honrar a promessa que seus pais fizeram em seu nome!!!!

Tipo, por exemplo, querer construir uma nova sede para o governo; e vender uma propriedade que dá lucro; e resolver o problema da saúde; e dos transportes que é um “trem” daqueles; e dos parentes do interior (chamados de prefeitos), que estão a demandar uma séries de obras para manter a família unida; e acabar os puxadinhos e os puxadões que estão parados há um tempão…

O jeito é ver o ponto comum dessas coisas todas e puxar os fios para ver se fazem a meada.

A Casa Nova é trabalho para um ciclo inteiro de governo (ou mais): o último que se tem notícia, levou uns 05 ou 06 anos, também para umas 20 mil a 30 mil almas.

O daqui, é talvez mais ambicioso: reurbanizar e criar um vórtice de crescimento em uma área urbana degradada. Para cada alma que vai lá se fixar, sete dias por semana, por 24 horas por dia, se estima que haja entre 03 a 05 almas visitantes/dia útil, na métrica conhecida, Ou outras 10 mil almas dia/útil. E toda uma estrutura de apoio que demandará esforços de sustentação da nova estrutura também à noite e nos finais de semana e nos dias não úteis afinal, uma Cidade – principalmente uma Cidade Administrativa – “nunca dorme”, mesmo!!!

Vai se fazer via Parcerias Público Privadas no modelito usual?

Isso “come” orçamento pelos anos de contrato posteriores à fruição do bem, via as contraprestações pecuniárias mensais (CPAM): vai se usar o dinheiro da venda da empresa que dá lucros e dividendos para se usar esses recursos? E as outras prioridades do governo central e dos governos que estão nas regiões metropolitanas regionais, com problemas igualmente metropolitanos e as suas cidades de entorno, como na capital do Estado?

Por que não inovar? Ao invés de uma PPP tradicional, criar dois Fundos de Investimento: um Fundo de Investimento Imobiliário (FII) que terá com patrimônio TODOS os imóveis e áreas hoje utilizados (62 imóveis) que seja próprios do Estado (ou se alugados, que possam ser agregados ao FII para serem retrofitados e alugados e cuja renda pode ser o “troco” para o Parceiro Privado construir o Novo Centro Administrativo, segundo as regras de construções ambientais e de “prédio inteligente” maios modernas).

E um outro Fundo de Investimentos que será utilizado pelo novo Gestor Privado da Cidade Administrativa: um outro parceiro que receberá para gerar e gerir todas as utilidades e funcionalidades exigidas por uma cidade de 20 mil a 40 mil ocupantes e visitantes, segundo seus padrões operacionais mais avançados. E, ainda, negociar a implantação e a gestão da infraestrutura adicional que será necessária para garantir os contratos de fornecimento de dotadores de infraestrutura que podem estar localizados até FORA do estado ou do país (como energia limpa e renovável, comunicações de voz, dados e imagens; e outras funcionalidades daí derivadas (como o IoT, IA e outras), e dotadores de infraestrutura que deverão estar DENTRO do espaço estadual (como águas e esgoto, e coleta. tratamento a reciclagem de lixo, além de gás).

Claro, adequando o “tamanho” da Cidade Administrativa que se quer ter no futuro, mercê das inovações que se pretende dar à execução das funções de governo, resultantes das reformas administrativas e gerenciais que se introduzirão no lapso de tempo da gestão que se inicia (além e mudanças relevantes como a informatização de serviços, a prestação de serviços presencial ou virtual (ou hibrida), e daí por diante).

Em complemento, avaliar o que é preferível fazer: fazer uma PPP numa empresa da administração indireta que JÁ FEZ DUAS OUTRAS PPP (o que NÃO GRAVA O ENDIVIDAMENTO DO ESTADO eis que os investimentos se pagam com a renda acessória das novas PPP); e usar as outorgas diretas e indiretas OU para sustentar Fundos Garantidores de outras PPP que por certo serão demandadas em áreas como Saúde e Habitação de Baixa Renda (IES); OU usar parte dessas outorgas para ampliar o capital garantidor da empresa que gera garantias para investimento no Estado (CPP) ou para criar Garantias para Projetos de Iluminação Pública ou de Saneamento Básico no novo marco regulatório em cidades do Interior do Estado.

Ou vender a empresa e não aproveitar as sinergias de germinação de recursos dela resultantes.

São escolhas que o recém-nascido governo deverá ou poderá considerar.